sábado, 8 de agosto de 2009

cena atelier de Paulo Pasta


referências visuais Paulo Pasta (Ariranha, 1959) Composição II serigrafia 70 X 110 cm e sem título 2004-05






  • A obra de Paulo Pasta (1959) exige uma dose de concentração. Sob influência de nomes como Volpi e Morandi, o artista da cidade paulista de Ariranha desenvolve um trabalho que se revela aos poucos, em sintonia com o ritmo lento da passagem na tela de uma coluna de cor a outra. Pasta parece estar sempre à procura do equilíbrio nas variações de um mesmo tom. (...)Elementos como cruzes e vigas surgem menos como recursos figurativos e mais para reforçar as diferenças entre as pinceladas. Camadas espessas de tinta alternam-se com faixas diluídas de pigmento, em um gesto de efeito tão sutil quanto sedutor. http://www.vejasaopaulo.com.br/
  • Como observou Paulo Pasta em uma entrevista - e essa fala poderia estar relacionada à obra de Venosa – "a coisa que mais me toca, que mais me preocupa é o fato de que tudo se acaba, que nada permanece, que todo mundo vai morrer – essas coisas todas me acompanham. ( ... ) Eu tenho a impressão de que pintar é um pouco isso para mim também, ou me salvar, o que dá no mesmo. A minha pintura tem essa contradição também: ao mesmo tempo que tem essa coisa apagada, por trás, ela tem uma potência de cor, uma vontade de que tudo esteja bem, uma idealidade, que é um pouco o motor dela." (Angelo Venosa e Paulo Pasta: uma apresentação por Luiz Camillo Osório)
  • Ser do seu tempo não significa se enquadrar às limitações dele.E o artista é aquele cara que não se enquadra. É o cara que gosta do “não”. Basta você falar “É isso” e ele vai pelo caminho contrário. Hoje está todo mundo meio conformado, seguindo a manada. Por isso que falar da morte da pintura é falar na conversa da manada. Existe uma cobrança para que o artista seja do seu tempo. Falo muito para os meus alunos: “vamos desconfiar um pouco disso”. Claro que estamos no nosso tempo. Não me furto a ele. Tento entender todas as contradições do meu tempo, mas eu também diferencio esse tempo do tempo da mercadoria. A pintura não vive de tema, e a arte hoje está muito temática. Para um curador isso é um prato cheio: para montar uma exposição você pega um tema, um gancho. E aí o artista se coloca nessa posição também de ter que falar de questões políticas, sociais, antropológicas. Isso leva a um empobrecimento na questão. Não é uma crise real. É uma crise fabricada. Fernanda Lopes [Publicado originalmente na Gazeta Mercantil, 15/08/2008]